MARIA DA CONCEIÇÃO CRUZ SPINELLI, natural de Natal, Estado do Rio Grande do Norte, ocupante da
cadeira 19 da Academia Ceará-mirinense de Letras e Artes Pedro Simões Neto
(ACLA), cuja patrona é a educadora, jornalista, feminista e poliglota Maria
Dolores Cavalcanti Bezerra.
Conceição Cruz viveu grande parte de sua vida no Engenho São
Pedro Timbó e em Ceará-Mirim. Nesses lugares compartilhou com os parentes e
amigos as primeiras experiências da infância, adolescência e juventude e a eles
tem voltado sempre e constantemente.
Foi no Timbó que Conceição abriu os olhos para o mundo e
cresceu numa família tipicamente nordestina, constituída de pai (Paulo Antônio
da Cruz), mãe (Ivanilde Bezerra da Cruz) e onze irmãos, além dos avós paternos,
João Antônio da Cruz e Alexandrina Maria da Conceição; e maternos, Pedro de Sá
Bezerra (Pedro Padre) e Beatriz Campos Bezerra.
Fez os primeiros estudos na Escola Isolada de Guaramiranga,
no Timbó, sob a orientação do Prof. Ulisses Fernandes Campos. Concluiu os
cursos primário e ginasial no Ginásio Santa Águeda, em Ceará-Mirim. Em seguida
fez o curso de contabilidade na Escola de Comércio de Ceará-Mirim. Cursou o
ensino superior na Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN).
Licenciada em Pedagogia pela UFRN, com habilitações em
Administração Escolar, Supervisão Escolar, Psicologia da Educação e Sociologia
da Educação em 1973, num tempo de vida acadêmica onde as leituras de livros
como Educação como prática da Liberdade e Pedagogia do Oprimido, do educador e
pensador cristão Paulo Freire, entre outros autores progressistas, eram um ato
“subversivo”.
Educar dialogando e aprendendo com o aluno foi o recado de
Freire, que foi lido e levado a sério. Nessa perspectiva, Conceição
embrenhou-se no mundo em que se dava a educação no Rio Grande do Norte,
desbravando saberes numa ação dialógica e assim aprendendo a reinvenção do
conhecimento.
Fez Curso de CADES, Preparação intensiva de professores de
Ensino Médio para o ensino de História, pelo MEC/Inspetoria Seccional de Ensino
Secundário/RN, em 1969.
Especializou-se em Metodologia da Pesquisa em Educação e
Metodologia Estatística para Pesquisadores em Educação pela Fundação
CENAFOR/MEC em 1974, na Fundação Joaquim Nabuco, em Recife, e em Capacitação
Técnica para o Sistema Estadual de Planejamento pela SEPLAN/RN em 1976.
Fez Pós-Graduação em Educação pela Universidade Estadual de
Campinas (UNICAMP) em 1977/1978.
É Professora Adjunta aposentada do Departamento de Educação
da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN).
Na UFRN ministrou disciplinas de Sociologia da Educação,
Princípios e Métodos de Supervisão Escolar, Didática II, Introdução à Educação,
Organização da Educação Brasileira, História da Educação I e II e Administração
Escolar.
Também foi Professora do Ensino Ginasial e Colegial Normal no
Ginásio Santa Águeda (Diretora Irmã Maria Regina Pacis); no Educandário
Magdalena Antunes Pereira (Diretor Prof. José Tito); no Colégio Comercial de
Ceará-Mirim e no Ginásio Industrial de Ceará-Mirim (Diretor Padre Rui Miranda).
Já aposentada, ministrou aulas pelo Programa de Capacitação
de professores (Pró-Básico) da UFRN, em convênio com prefeituras do interior do
Estado do RN, trabalhando em Goianinha, Ceará-Mirim, Pureza, Vera Cruz,
Parnamirim e Natal.
Foi Chefe da Subcoordenadoria de Ensino Supletivo da
Secretaria Estadual de Educação do RN (1987).
Em outras experiências profissionais foi Chefe da
Coordenadoria de Normas e Ações Pedagógicas (CONAPE) da Secretaria Estadual de
Educação do RN (1997-1999). Nessa experiência, com a Equipe e Currículo da
CONAPE e coordenadores dos Cursos de Filosofia e Sociologia do CCHLA da UFRN,
introduziu a obrigatoriedade das disciplinas Filosofia e Sociologia no Ensino
Médio do Estado do RN.
Também foi Supervisora Pedagógica das Equipes Técnicas de
Supervisão do Departamento de Ensino de II Grau da SEC/RN; da Coordenadoria
Educacional da SEC/RN; da Equipe de Planejamento da Subcoordenadora de Ensino
de I Grau da SEC/RN; da Equipe Técnica de Supervisão do Departamento de Ensino
de I Grau da SEC/RN.
Participou do Grupo Autônomo de Mulheres (GAM) e do Grupo das
10 Mulheres de Ponta Negra, desenvolvendo trabalhos pela emancipação feminina e
subsidiando mulheres da Vila de Ponta Negra para dar-lhes condições de
autonomia em seus pequenos empreendimentos.
Escreveu a resenha do livro de Paulo Freire: “Cartas à
Guiné-Bissau”, publicada na Revista Educação e Sociedade, nº 4, set. 1979.
Publicou o livro “Memórias do Timbó: à sombra da Timbaúba”,
em 2014.
Está em fase final de redação do livro sobre a Educação do
Rio Grande do Norte no Governo Aluísio Alves, com o título provisório: “A
política educacional do governo Aluísio Alves: entre a modernização, o
experimentalismo e o conservadorismo (1961-1965)”.
Está desenvolvendo pesquisa sobre a vida e obra de Maria
Dolores Cavalcanti Bezerra, patrona da cadeira 19 da ACLA.
Colaboradora da página da ACLA no Facebook, como membro da
Comissão de Redação da Academia.
É artesã por diletantismo. Junta retalhos, trabalhando com
tecidos, cores, texturas, linhas, agulhas, tesouras, réguas, lápis,
milimetrando, harmonizando, juntando, costurando, criando, fazendo Arte.
Casada, mãe de cinco filhos e avó de cinco netos.
FONTE - ACADEMIA CEARÁ-MIRINENSE DE LETRAS E ARTES
“PEDRO SIMÕES NETO”-ACLA
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